Vendas da Gucci voltam aos níveis de 2019 e superam queda na pandemia

Os resultados do segundo trimestre da Kering superaram as expectativas, apesar das dificuldades contínuas no varejo e atacado de viagens

As vendas da Gucci dispararam acima dos níveis pré-pandêmicos, à medida que a marca italiana continua a atrair jovens compradores com suas campanhas de mídia social e se beneficia da redução das restrições de bloqueio. A receita da Gucci aumentou pouco mais de 86 por cento em uma base comparável durante o segundo trimestre, disse a proprietária Kering SA em comunicado na terça-feira. Os analistas esperavam um ganho de 77 por cento. O desempenho da Gucci impulsionou a receita total do grupo no trimestre até 11,2% em relação ao mesmo período de 2019.

Kering segue o proprietário da LVMH e da Cartier, Richemont, na publicação de resultados estelares, à medida que consumidores em todo o mundo continuam gastando suas economias acumuladas durante o pior dos bloqueios do ano passado em bolsas, sapatos e joias de luxo.

Como essas empresas, Kering foi ajudada por uma comparação fácil com 2020, quando muitas lojas foram fechadas. A recuperação da Gucci deve trazer conforto aos investidores que estavam preocupados com a desaceleração mais acentuada que a marca sofreu no ano passado. Isso foi em contraste com pares como Louis Vuitton e Hermes da LVMH, onde a receita se recuperou fortemente depois que as restrições mais difíceis foram atenuadas.

A Gucci ajudou a gerar buzz ao lançar um desfile de moda digital em abril com a marca irmã Balenciaga. O vídeo de 15 minutos, chamado Aria, apresentava capacetes e botas equestres, saias disco e jaquetas de lantejoulas com os logotipos das marcas. O lucro operacional recorrente da Kering no primeiro semestre aumentou 135%, para 2,24 bilhões de euros (US $ 2,65 bilhões). Os analistas esperavam 2,08 bilhões de euros.

A Gucci gerou mais de 80% da receita operacional recorrente total da Kering no ano passado. O excesso de confiança da empresa de bens de luxo em sua marca de sucesso levou analistas a se perguntar se a Kering colocará seu poder financeiro em uso para uma grande aquisição, especialmente depois de uma série de negócios recentes no setor.

O CEO François-Henri Pinault disse em abril que a empresa pode se dar ao luxo de fazer um. No início deste mês, Kering fez uma aquisição menor, anunciando a compra da marca de óculos Lindberg por termos não revelados. A Kering retomou sua “trajetória de crescimento forte e lucrativo” após “uma notável aceleração” no trimestre, disse Pinault em comunicado na terça-feira (27.7).

Fonte: BOF