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Quatro novas marcas que vão brilhar em 2021

  • nathalialocalmagbr
  • 22 de jul. de 2021
  • 3 min de leitura

Uma leva de jovens estilistas brasileiros está buscando alternativas para criar moda seguindo seus próprios termos. Confira quatro novas marcas que vão brilhar em 2021, sem medo de repensar o antigo para abrir espaço para o inédito


KAROLINE VITTO

Criar roupas que sirvam à maior variedade de corpos possível é um dos objetivos de Karoline Vitto e sua marca homônima, fundada em 2019. Natural de Caçador (SC), a estilista vive em Londres desde 2016, onde cursou pós-graduação na Central Saint Martins e mestrado no Royal College of Art, ambos em moda. Foi durante o período de estudos que começou a questionar alguns dos padrões da indústria. “Por que estamos sempre condicionando nossos corpos a caberem algo ao invés de achar roupas que os acomodem? O design geralmente é feito a partir de um tamanho pequeno e depois graduado em escalas maiores, mas por que não inverter esse processo?”, reflete.


Suas criações cheias de recortes oferecem um novo jeito de olhar para as nossas dobras. No lugar de esconder, o tecido acompanha as curvaturas e tem vazados estratégicos que emolduram a forma. Atualmente, estão à venda no e-commerce próprio (karolinevitto.com, que entrega no Brasil) e são feitas sob demanda.


A grade online de tamanhos abrange até o 30 britânico (em torno do 60 brasileiro), mas é possível entrarem contato para viabilizar outras medidas. “Não gosto de dizer que somos inclusivos porque isso significaria atender a todos os tamanhos, algo que como marca pequena ainda não consigo. Mas é uma prioridade para o futuro próximo.”


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A estilista Karoline Vitto (Foto: João Machado)


TEODORA OSHIMA

A marca homônima de Teodora Oshima não tem nem um ano, mas já coleciona clientes como Erika Hilton, Maju Coutinho, Sabrina Sato e Camila Pitanga. Tetê trabalhou ao lado de Helô Rocha durante meia década antes de lançar a grife, em setembro de 2020. Ser uma das poucas mulheres trans em equipes de estilo brasileiras foi um fator na balança ao decidir tentar a carreira solo. Realista, conta que escolheu fazer produção sob demanda pois foi a alternativa que não requeria tanto capital de investimento – além de ser um processo mais ecológico, por evitar sobras. Ela entrega as peças em até 20 dias após encomenda em seu e-commerce (shop.teodoraoshima.com), mas possui também um pequeno número de itens prontos para venda na multimarcas paulistana Pinga.


“Acredito em um tempo mais saudável de produção. Estava cansada do ritmo pauleira que a moda tem no geral, que acaba atropelando processos”, conta a estilista. Sua próxima aventura será participar da Casa de Criadores, prevista para acontecer em julho, com uma coleção na qual promete seguir honrando as raízes japonesas de seu pai. “Faz uns dois anos que passei a valorizar esse lado, quando era mais nova não dava bola e depois fui entender que era por causa de um apagamento histórico.”


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Teodora Oshima, em imagem duplicada (Foto: Karla Brig’vhts)


CARNEIRO STUDIO

Gabriel Carneiro tinha apenas 13 anos quando começou a “trabalhar” com moda, brinca ele. Todos os domingos, vestia suas primas para irem à igreja. “Escolhia tudo, o vestido, o sapato, o brinco, elas eram Testemunhas de Jeová, era uma realidade muito diferente da minha, mas eu adorava”, recorda. Quando decidiu lançar a Carneiro Studio, em abril de 2020, após ter atuado como stylist de estrelas da música como Liniker e Linn da Quebrada, encontrou no streetwear o seu espaço.


Desde então, vende suas peças via e-commerce (carneirostudio.com), ampliou seu leque de produtos para além de camisetas e moletons e criou uma coleção em parceria com a cantora e atriz Manu Gavassi.


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Gabriel Carneiro (Foto: Divulgação)

ANACÊ

Em uma indústria que já foi marcada por egos inflados, Ana Clara Watanabe e Cecília Gromann dividem a direção criativa da Anacê e provam que a nova geração não tem tempo para perder com estigmas do passado. “A gente se encontra em um ponto comum. As duas criam, mas não temos muito apego, uma desenha em cima do que a outra fez sem problemas”, diz Cecília sobre o reparte.


A dupla se conheceu no curso de design de moda na FAAP e, em 2019, antes de se formarem, lançaram a marca pois queriam oferecer uma alfaiataria descomplicada e acessível. Deu tão certo que são uma das estreantes do SPFW, que aconteceu virtualmente entre os dias 23 e 27 de junho. Ambas de cidades pequenas do interior de São Paulo (Ana é de Pindamonhangaba e Cecília, de Embu-Guaçu), dizem que veem o futuro da moda muito menos rotulado.


“A gente não enxerga mais isso de destinação de gênero, nossas peças são para todos que quiserem usar, a alfaiataria existe bem nesse espaço.” Além de dedicarem-se à Anacê, que tem entre seus pontos de venda o e-commerce próprio (anace.shop), a multimarcas Gallerist e os sites Shop2gether e Not Just a Label, também conseguem um tempo para desenvolver projetos de autorais e, no caso de Ana, até um brechó online de móveis, o @brecha.casa.



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Cecília Gromann e Ana Clara Watanabe (Foto: Mariana Valente)



Fonte: Vogue Brasil.

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